segunda-feira, 26 de março de 2012


Aula de 14 de Março-Galeria Arte Contempo

Decorreu como previsto, a aula com a presença do Fotógrafo Nuno Calvet e a Curadora da exposição Adriana Delgado Martins.
Foram debatidos e discutidos;processos,opções e métodos, contemplando as diferentes abordagens possíveis,conceptual, estética, técnica e expositiva, desta magnífica e importante exposição.
Agradeço profundamente esta contribuição pela sua relevância, a Fotografia Contemporânea Portuguesa foi considerada e com ela um dos seus grandes autores.

José Sanches Ramos
Março 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Normas de Avaliação - Fotografia Electrónica

Universidade Lusófona - Produção Gráfica e Design
2º Semestre Fotografia Electrónica
Avaliação -Especificações
Pretende-se com as propostas aqui enunciadas efectuar a avaliação dos estudantes de forma ampla e diversificada de modo a verificar se os objectivos apontados foram atingidos e em que medida, conforme estabelecido no programa.
Assim, solicita-se:
1-Relatório escrito (até 3 pags.) sobre aula na Galeria Arte Contempo, dia 14 de Março.
2-Relatório escrito (até 3 pags.) sobre aula no Arquivo Fotográfico Municipal, em data a designar.
3-Elaboração de uma capa de revista formato A4 (21X29,7) com fotografia, título da revista (DESIGN), texto até cerca de 30 caracteres, produzido concordante com a imagem .
4-Elaboração de um portefólio físico em papel com provas fotográficas seleccionadas, dos diversos exercícios executados, acompanhado de memória descritiva detalhada acentuando a componente tecnológica do processo fotográfico, como forma de sustentar a intenção projectual.
As fotos necessárias para a execução destes exercícios farão obrigatoriamente parte de blogue individual ou semelhante, cuja ligação será fornecida até 13/03/2012
Os pontos 1 e 2 serão obrigatoriamente apresentados em suporte electrónico a enviar para mesdesign.09@gmail.com 1)até 27/03/12
2) “ 20/04/12
O ponto 3 e 4 em formato físico em papel para entregar até 30/05/2012,
Classificação
Exercício 1 e 2 - 30%
“ 3 e 4 - 70% - Escala de 0 a 20
O incumprimento das datas indicadas desvaloriza a classificação.
05/03/2012
Para além da luz

A presente exposição reúne um conjunto de fotografias inéditas da década de 50 até à actualidade do fotógrafo Nuno Calvet. A série de fotografias apresentadas de corte natural, abstracto e, por vezes, social, tiradas em várias épocas e em diferentes ‘instantes fotográficos’, guiam o nosso olhar por uma série de ângulos e pontos de vista diversos de acordo com o espírito do momento.
As composições monocromáticas registam as memórias da modulação e o impacto da incidência da luz reproduzindo manifestações de variabilidade luminosa ou penumbra com que a realidade envolvente da natureza e dos lugares se apresentam na realidade. A articulação entre os vários momentos da paisagem e de espaços periféricos, quer despida como pontuada pela ausência de pessoas ou por indivíduos errantes, captada à distância ou de perto, resulta numa unidade harmoniosa, clara e diegética. Deste modo, através da câmara fotográfica e luz reflectida, o artista conduz-nos à essência da imagem aspirando ao seu conhecimento multidimensional. A superfície, isto é, a literalidade e carácter indicial da fotografia, alterna resultante do tratamento da luz que, ora difusa, transparente ou filtrada, varia de acordo com os efeitos de luz e sombra pretendidos.
A natureza convencional reveladora de beleza não convencional é retraçada tornando-se numa criação original que sugere exceder a sua bidimensionalidade. Cada fotografia se oferece como um palco para uma história sempre diferente com múltiplos níveis de interpretação. A captação de motivos abstractos como nuvens, sombras ou o vento resulta em metáforas da existência humana e sua vulnerabilidade. Há um sentido de mistério que habita estas imagens que evoca um certo ilusionismo de verosimilitude da representação, bem como um princípio de incompletude e de incerteza. Natural e metafórico, uno e diverso coabitam em permanente tensão ambígua. Denota-se também uma certa inocência na experiência visual que normalmente tomamos por garantida. O corpo de obras de Nuno Calvet constitui uma inteligente interacção entre desordem e organização, diáfano e insólito, concreto e imaginário, empírico e introspectivo, simplicidade e sofisticação ligado por incursões da paisagem de hoje e como sinal do estado dos nossos tempos.
O fio condutor e denominador comum desta exposição aspira a um pensamento aberto não parcelar, não redutor muito para além da fotografia. A maneira aparentemente simples como os fenómenos da natureza e cenários próximos que à primeira vista parecem crer ser simples nos são transmitidos, tem por objectivo explorar a complexidade e interferências das leis que as governam como fenómenos constitutivos do objecto numa escala de organização simples para uma complexa, indo do particular para a generalidade. Segundo o sociólogo francês Edgar Morin, apesar de coexistirem várias realidades, estas não são compostas por uma única substância, mas sim por fenómenos autónomos. “Não existe apenas uma rede informal de relações, existem realidades, mas que não são essências, que não são feitas de uma só substância, que são compósitas, produzidas por jogos sistémicos, mas todavia dotadas de uma certa autonomia.” 1)
Calvet busca a simplicidade e a força emergente das imagens estabelecendo ligações e dinâmicas formais abrindo possibilidades combinatórias muito para além do confinamento das imagens. O mais interessante das fotografias continua a estar fora, sendo esse o destino da novidade. A abertura e fissura aqui propostas vêm trazer a verdade à luz do dia.


Adriana Delgado Martins
Curadora da exposição
Jan. 2012

1) In: Edgar Morin (1990), Introdução ao Pensamento Complexo, 5ª Edição, Lisboa: Instituto Piaget, 2008, p. 73.

Beyond the light


This exhibition assembles a group of previously unpublished photographs from the 50’s to the present by photographer Nuno Calvet. The series of photographs presented display a natural, abstract and sometimes social framing. Shot at various times in life and in different ‘photographic instants’, they guide our vision through a variety of angles and points of view in accordance with the spirit of the moment.
The monochromatic compositions record the memories of the modulation and depict the impact of the light’s incidence reproducing manifestations of variability in light or darkness in which the surrounding reality of nature and places appear. The relationship between various moments of the landscape and peripheral spaces, whether empty, highlighted by an absence of people or inhabited by wandering individuals, captured at a distance or up close, results in a harmonious, clear and diegetic unity. Hence, through the camera and reflected light, the artist leads us to the essence of the image aspiring to its multidimensional knowledge. Its surface, i.e., the literal and indexical nature of photography changes depending on how light is treated, alternating between diffuse, transparent or filtered, varying in accordance with the intended effects of light and shade.
The conventional nature disclosing unconventional beauty is depicted through transforming the original creation by suggesting transcendence into bi-dimensionality of the subject matter. Each photograph becomes a stage for a story allowing multiple levels of interpretation. The capture of abstract motifs such as clouds, shadows or wind results in metaphors of human existence and its associated vulnerability. There is a sense of mystery that inhabits these images evoking a certain illusionism in likeness of representation, as well as a principle of incompleteness and uncertainty. Natural and metaphorical, one and diverse coexist in constant ambiguous tension. One also perceives certain innocence in the visual experience that one would normally take for granted. Calvet’s body of work is a clever interplay between disorder and organization, transparency and enigmatic, real and imaginary, empirical and introspective, simplicity and cultivation, bound by incursions of today’s landscape and as a reflection of the signs of the times.
The underlying theme of this exhibition seeks to engage an open and unbound mindset beyond the realms of photography. The seemingly simple way that the phenomena of nature and close scenery interact, at first glance appear to be simple to accept, and are thus transmitted, in the process aiming to explore the complexity and interferences of the laws that rule these constitutive phenomena of the subject, from a simple organization scale to a complex organization, ranging from the specific to the general. According to French sociologist Edgar Morin, although many realities coexist, they are not composed of a single substance, but an assembly of autonomous phenomena. "There isn’t just an informal network of relationships, there are realities, but which are not the essence, which are not made up of a single substance, which are composite, produced by systemic interplay, but nevertheless are endowed with a certain autonomy."1)
Calvet seeks simplicity in the emerging power of images, establishing connections and formal dynamics whilst displaying a combination of possibilities far beyond the isolation of the images themselves. The most interesting of images continue to be off-screen, which is the destiny of the new. The currently proposed opening and split aim to bring the truth to light.

Adriana Delgado Martins
Exhibition curator
Jan. 2012
1) Free translation. In: Edgar Morin (1990), Introduction to Complex Thought, 5th Ed., Lisbon: Piaget Institute, 2008, p.73.

Exposição de Fotografia - Para Além da Luz

A aula de Fotografia Electrónica 2011-12, decorrerá no próximo dia 14, no horário normal,12,30/15,30, na Galeria Arte Contempo, R. dos Navegantes,46 - A.
Com a presença do Autor Nuno Calvet e da Curadora Adriana Delgado Martins.